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Os nossos olhos são órgãos altamente evoluídos que nos permitem criar uma imagem do ambiente em que nos inserimos. Usamo-los de forma praticamente inconsciente, em funções que vão desde o caminhar na rua até ao escrever um livro. A visão permite-nos diferenciar cores, contraste, profundidade, movimento, ângulos e distância. A sua importância não se prende só com o ver propriamente, mas também com outras funções cognitivas, como por exemplo o equilíbrio.

O sistema visual que adquirimos à nascença é desenvolvido ao longo da infância por forma a realizar atividades cada vez mais diferenciadas. O sistema desenvolve-se de uma capacidade de distinguir apenas formas a preto e branco (a visão normal de um recém-nascido) para ser capaz de distinguir formas milimétricas e milhares de cores (na idade adulta). 

Muitas vezes dividimos a visão em duas componentes principais: a visão central – que nos permite ler, escrever e realizar tarefas de maior detalhe –  e a visão periférica – que nos dá uma perceção espacial de localização e do ambiente que nos rodeia. Existem no entanto outras, a visão cromática (das cores), a sensibilidade ao contraste, a visão noturna. Todas estas funções podem ser avaliadas com testes diferentes. A acuidade visual avalia a visão central e é um dos testes mais importantes na avaliação da visão.

De facto, a função visual é tão importante que alguns estudos confirmam que indivíduos com acuidades visuais piores podem sofrer um impacto negativo a vários níveis, nomeadamente:

– educacional, por prejuízo do rendimento escolar;

– social;

– económico, por exemplo, causando dificuldades no acesso a um emprego. 

Estudos populacionais estimam que algum grau de baixa de acuidade visual afete 30 a 50% das pessoas com menos de 40 anos e entre 40 e 90% das pessoas com mais de 50 anos, consoante o meio em que se inserem. A grande maioria dos casos deve-se a erros refrativos, ou seja, alterações da visão corrigidas por óculos. A catarata é outra causa frequente de baixa de acuidade visual, particularmente nas pessoas mais idosas, sendo também a principal causa de cegueira reversível no mundo.

A visão é muitas vezes considerada a nossa função sensorial mais importante, o que é fácil de compreender tendo em conta que a usamos em praticamente todas as ações do nosso dia-à-dia. Por esse motivo é importante monitorizar e avaliar periodicamente com um oftalmologista se temos alguma alteração da acuidade visual ou alguma doença que possa vir a originar perda de visão. 

Referência:

The results of a visual health screening in Lisbon – the importance of primary prevention. Canastro M, Oftalmologia.

 In https://revistas.rcaap.pt/index.php/oftalmologia/article/download/7561/7287

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